Algo polémico este assunto entre os consumidores. Tudo o que diz respeito à temperatura do vinho deve ser tomado em consideração para todos os tipos de vinho, mas interessa-me mais falar do tinto, porque não é tão óbvio que deva ser bebido desta ou daquela maneira.
De volta e meia, encontramos os vinhos servidos à temperatura ambiente. Por si, esta palavra ambiente já pode ser aterradora. De volta e meia, não temos informação sobre a que temperatura deve ser bebido o vinho. Por isso, os mais acautelados andam para todo o lado com o termómetro, como forma de garantirem que bebem o vinho no seu melhor: à temperatura ideal. Mas se não há indicação é um tiro no escuro.
Ora se consegue acertar e se faz uma prova revelando todos atributos que o vinho tem, para deleite do consumidor. Ora não se consegue acertar e quase com a garrafa no fim acabamos por ficar desconsolados, achando por vezes que o vinho não seria tão bom, mas nem percebendo que podemos ter arruinado uma prova só pela temperatura.
Neste assunto também temos uma dispersão do que se acha e o que deve ser e sobretudo criar experiências como consumidor. Existem aqueles que, independentemente de tudo, consomem o que quer que escolham e nem pensam nisso. Existem aqueles que acham que o arrefecimento do vinho tinto é uma pateguice e que o vinho tinto deve ser bebido à temperatura ambiente. Depois, existem aqueles como eu que acham que cada vinho tinto é uma personalidade e que a sua temperatura é absolutamente essencial para a concretização da experiência.
Não tenho nada contra nem a favor sobre os que não se importam ou os que querem vinho à temperatura ambiente. Mas se pensarmos bem nisto, concluímos que os que não se importam, também não se importam com a experiência, mero acto de beber. Os que acham uma pateguice, gostam em temperatura ambiente, apenas pode ser por pura herança de conhecimento, ou seja, aprenderam, assim.
Tenham em consideração o seguinte: Dezembro, salas de restaurante aquecidas servem vinho tinto na ordem dos 22 a 24 graus, isto quando a sala não está excessivamente quente devido à cozinha, podendo até chegar a temperaturas mais altas. E mais, nem sempre sabemos onde o vinho é guardado. Acontece a maior parte das vezes que o vinho está ali ao pé de nós, nas mesmas temperaturas a que estamos expostos. Não é à toa que o vinho deve ser preservado em caves mais frescas e escuras, não sendo sujeito a processos que o podem degradar. Saber guardar o vinho e saber servir o vinho à temperatura ideal pode ser quase assombroso, pelo que me apercebi nos ultimo tempos, mais atenta a este tipo de factos. Mas compensador.
Bem sei que ninguém gosta de ler grandes testamentos sobre nada, mas fica aqui apenas um alerta sobre como aumentar a excelente experiência de vinho tinto.
Já agora, para os mais distraídos. O vinho tinto deve ser bebido da seguinte forma, os mais leves e novos de 14º a 16º, os médios de 16º a 17º, os mais velhos e encorpados de 16º a 18º. No entanto, o ideal sempre é respeitar o que o produtor diz no contra-rótulo, sempre que houver indicação. Mas daqui retire-se uma lição, o respeito pelas temperaturas é fundamental para a boa experiência, mas o que cada um gosta ainda mais.
Na parte que me toca, gosto de conseguir a temperatura ideal e sempre que acontece e o vinho tinto é bom, a experiência torna-se excepcional.
Na parte que me toca, gosto de conseguir a temperatura ideal e sempre que acontece e o vinho tinto é bom, a experiência torna-se excepcional.
Boas provas.
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